20 de jun. de 2011

Eclesiastes - O Pregador – Classe Samuel 2t/2011
Recapitulação e Capítulos 7 a 10

O que te faz refletir? – Capítulo 7
Essência - aparência
Morte - vida
Tristeza - riso
Luto - alegria
Repreensão - canção
Fim - começo



Quando os dias forem bons, aproveite-os bem;
mas, quando forem ruins, considere:
Deus fez tanto um quanto o outro,
para evitar que o homem descubra qualquer coisa sobre o seu futuro.
(Ec 7.14)

Cuidado com os excessos. Busque o equilíbrio. Não seja ‘certinho’ demais. Aprenda a surfar. Tive um amigo que gostava de pegar onda. Ele dizia que existem duas regras básicas, muito valiosas para quem vai entrar no mar: a primeira é aceitar que o Mar é muito mais forte e portanto, respeitá-lo. E em momento algum se opor à força dele, mas contorná-lo pacientemente. Quando uma corrente marítima te envolver, ensinava ele, não adianta nadar contra ela, se cansar à toa e não sair do lugar. A única solução é deixar-se levar e, aos poucos, sair de lado. Isso exige calma, e só se consegue voltar à areia depois de muito tempo e bem longe do ponto em que havia entrado na água. A segunda regra é que se, na arrebentação caísse, o jeito era aceitar a queda e ficar quietinho no fundo, esperando que o mar se acalmasse. Se me arvorasse para lutar contra a onda e voltar rapidamente à tona, a força da água me empurraria novamente para o fundo.

Muita calma nessa hora – Capítulo 8



Pois há uma hora certa e também uma maneira certa de agir
para cada situação. O sofrimento de um homem, no entanto,
pesa muito sobre ele,visto que ninguém conhece o futuro.
 Quem lhe poderá dizer o que vai acontecer?
(Ec 8.6 e 7)

Vimos que há tempo para tudo, que o mundo que vemos debaixo do sol é construído pelas pessoas injustas. E voltando ao capítulo 7.1, que o bom nome é o melhor a se construir. Não enfrentar os poderosos. Há uma hora certa de agir. Quem se precipita perde a razão. Segure a onda e aja com sabedoria. Para que consiga fazer isso você precisa partir do pressuposto de que a vida é injusta e tudo é vaidade, tudo é como correr atrás do vento e tudo isso acontece aqui ‘debaixo do sol’.
Que esperança é essa que o sábio apresenta nos versículos 12 e 13? Qualidade de vida ainda que a quantidade seja pequena para quem teme a Deus; é isso mesmo que o Koherlet afirma que sabe? É. Foi isso mesmo que lemos na escritura. É sem sentido, mas é a realidade. Finalmente é imperdível a recomendação, tão repetida pelo sábio ao longo do livro. Leia os versículos 15 a 17 deste capítulo oito.

Sabemos o fim do caminho. O que faremos no percurso? - Capítulo 9



Refleti nisso tudo e cheguei à conclusão de que os justos e os sábios,
e aquilo que eles fazem, estão nas mãos de Deus. O que os espera, se amor ou ódio, ninguém sabe. Todos partilham um destino comum: o justo e o ímpio, o bom e o mau, o puro e o impuro, o que oferece sacrifícios e o que não oferece. O que acontece com o homem bom, acontece com o pecador;
o que acontece com quem faz juramentos,
acontece com quem teme fazê-los.
(Ec 9.1 e 2)

Você não tem controle
‘Este é o mal que há em tudo o que acontece debaixo do sol: O destino de todos é o mesmo’. O Senhor Jesus parece voltar a este tema apresentado pelo sábio, como havia afirmado: “o sol nasce sobre justos e também os injustos” Mt  5.45. Não tente explicar tudo. Faltam peças nos quebra-cabeças para nós que estamos ‘debaixo do sol’. A única certeza que temos é que morreremos. Sabemos o fim que nos espera. Se o ímpio sofre, não se iluda; crer em Deus não é um escudo protetor contra o sofrimento. Vale à pena afirmar que o sábio não está fazendo afirmações teológicas; lembre-se que a preocupação dele não tem nada a ver com o mundo do além. O que o Kohrelet afirma é: você está vivo, portanto viva (9.7-10)! Não deixe para amanhã! Você não sabe se essa oportunidade existirá quando o amanhã chegar, se chegar. Viva! E o que é viver para ele? Comer, beber, vestir-se, ungir-se, desfrutar, fazer (trabalhar).
Permita-me compartilhar o que aprendi nesta semana numa palestra com o psicanalista Luis Albero Py que participou do evento ‘Poucas e boas sobre a felicidade’. Py afirmou que o que nos diferencia dos animais é a consciência do futuro. Essa consciência, desenvolvida desde cedo, nasce do aguardar infantil e do controle sobre o hoje na esperança da idealização no amanhã. O exemplo dado foi do controle físico da criança sobre o corpo na busca da aceitação dos adultos cuidadores. “Ainda não, não chegou a hora”. Não gostei”, ‘não gosto de você quando age dessa maneira’. Daí surge a questão de como a criança interpreta isso em sua tenra idade: Ele não gostou de mim. Tenho que me controlar para que ele passe a gostar, me aprovar, me querer. Daí a criança começa a imitar ‘os grandes’, para ser aprovada por eles. Em seu desenvolvimento a criança demora a entender, algumas vezes nunca entende, que aquele ‘não gostei’ não diz respeito a ela, mas as suas atitudes, ao que ela fez. No fundo é isso. A gente, assim como crianças grandes, demora a entender que pai e mãe gostam da gente independente do que a gente faça. É didático. A prova disso é a quantidade de mães na porta dos presídios, cadeias, casas de recuperação. Sabem por que? Amor de mãe e pai, de uma forma geral é claro, são amores do tipo incondicionais. Se Deus é nosso pai perfeito, não se iluda, ele vai nos amar sempre (Lc 11.123).
Aplicação do óleo no mundo antigo:
Na cabeça
O derramamento de óleo sobre a cabeça de um homem indicava que este homem havia sido separado para uma determinada tarefa a serviço do Senhor. I Samuel 1.1; Salmo 23.5
Também era usado sobre a cabeça com efeitos cosméticos: Eclesiastes 9.8
No rosto
A unção do óleo no rosto tinha como objetivo a hidratação e a proteção contra as forças da natureza: Salmo 104.15
Nos pés
Como já foi dito, este ato estava normalmente relacionado com uma recepção digna e alegre de um hóspede bem-vindo: Lucas 7.38
Sobre as feridas
Neste caso o óleo é utilizado como medicamento, sendo que através de suas propriedades curativas próprias, ou em combinação com ervas ou outros produtos, era deitado sobre as feridas. Há muitos relatos deste tipo de procedimento na literatura talmúdica, e alguns na própria Bíblia Sagrada, os quais já foram anteriormente citados. II Reis 20.5-7

Impresivibilidade da vida (Porque nem sempre...) Cap 10



Os velozes nem sempre vencem a corrida;
os fortes nem sempre triunfam na guerra;
os sábios nem sempre têm comida;
os prudentes nem sempre são ricos;
os instruídos nem sempre têm prestígio;
pois o tempo e o acaso afetam a todos.
Além do mais, ninguém sabe quando virá a sua hora: Assim como os peixes são apanhados numa rede fatal e os pássaros são pegos num laço, também os homens são enredados pelos tempos de desgraça que caem inesperadamente sobre eles.
(Ec 9.11 e 12)

Somos como peixes apanhados numa rede, ou um pássaro caindo numa arapuca? Quem lançou a rede? Quem montou a arapuca? Não tente entender. Não tente explicar. Aceite. Encare a vida com sabedoria. Você tem a capacidade de pensar e isso dá consolo à tua alma. Reflita e faça o que deve ser feito. Amole teu facão para o esforço ser menor, planeje e seja flexível aos embates naturais da vida (Ec 10.1-12). Veja os exemplos que o sábio oferece:
Mosca morta; o andar do tolo; perseguição injusta/tranquilidade; ricos escondidos no segundo escalão; injustiça; imprudência.
Nobreza, trabalho, justiça e cuidado com as palavras (Ec 10.17 a 20).

Ouça e veja o vídeo da música Epitáfio – Titãs



Bibliografia:
O Livro Mais Mal-humorado da Bíblia
Autor: Kivitz, Ed René
Editora: Mundo Cristão 

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