19 de jun. de 2014

Futebol e vida - meio campo

"O meio campo é o lugar dos craques que levam o time todo pro ataque".
Quase perfeita, idealista, a definição do Skank na música É uma partida de futebol.
É ali, em volta do círculo central, que habitam os mais habilidosos, os primeiros a serem escolhidos numa pelada. Jogar neste lugar é assumir a postura de foco mesmo, como um círculo. E, se a equipe estiver ajustada, vai funcionar de forma perfeita como um compasso.
Escolha qualquer tática, selecione qualquer esquema, mas nunca, nunca se esqueça, que a partida começa a ser vencida ali, no meio campo, no espaço pensante  do palco.
Pense num bom jogador. Pense nos melhores jogadores. Agora, pense num grupo de extraordinários ícones do futebol. Duvido que eles não tenham desfilado suas habilidades, em algum momento da carreira, neste espaço divino dos gramados. A esta altura você já deve ter se perguntado do porquê de eu ter dito que a letra da empolgante música do Skank, interpretada por Samuel Rosa é 'quase perfeita, idealista'. Explico. Para mim, a letra é quase perfeita, porque alguns técnicos optam por 'garantir o resultado' e estruturam suas equipes ocupando este 'lugar sagrado' com jogadores incapazes de criar alternativas para o ataque. Algumas escalações já definem a forma da equipe jogar. Mas, sem dúvida, o meio campo é o lugar dos craques. Este é o ideal.
Craque é adjetivo. Adjetivo para jogador criativo. Esse tipo de jogador especial, o que pensa, que antevê, que improvisa. O que é capaz de,  num toque, desarticular todo esquema defensivo do adversário. Craque no meio campo, não por acaso, é chamado de 'maestro'. Ele dita o ritmo, percebe o momento adequado, determina o comportamento dos demais. É a saída, a referência, a liderança técnica. Craque, craque mesmo é discreto, aparece no jogo e, para quem observa, tudo parece simples. A força é seu talento, sua intimidade com a bola, seu jogo. Para exercer esta função é necessário absoluto domínio do corpo e da mente. Pensar numa fração de segundos, decidir rápido e agir. Controlar a força muscular e a forma de acariciar a bola para que ela cumpra exatamente o que foi elaborado naquela fração mágica.
É fácil entender quando a metáfora do craque de futebol se relaciona à outros universos. Craque é Leonardo da Vinci, craque é Mozart, Oscar Niemayer, Monteiro Lobato, Michael Jackson, Morgan Freeman...
Craque sempre é destaque. Craque sabe que não joga sozinho, que o jogo é coletivo. Craque valoriza outros, craque compõem, craque faz. Craque se torna imortal.



E o mundo passa, e a sua concupiscência; 
mas aquele que faz a vontade de Deus 
permanece para sempre. 
1 João 2.17

'Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', 
entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que 
faz a vontade de meu Pai que está nos céus. 
Mateus 7.21

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