29 de jan. de 2016

Rute, a companheira

Sou RUTE. Meu nome no hebraico significa "companheira". Isso já seria um bom depoimento sobre mim. Alguns acreditam que o significado do seu nome pode influenciar no seu caráter, na personalidade, na sua identidade. Pode até ser que de certa maneira isso aconteça, pois minha sogra diante das tragédias que viveu desejou mudar seu nome. No entanto, eu aprendi que diante das circunstâncias da vida temos que tomar decisão. Fazer escolhas. Que caminho seguir? Há sempre um bom caminho a trilhar, o caminho que nos fará florescer e frutificar, e precisamos aprender a reconhecê-lo e escolhê-lo. Com a(s) escolha(s) feita(s) damos algo ao mundo que só quem soube escolher, poderia conceber. Nossa! Isso mesmo: A vida nos traz lições a serem aprendidas de tal maneira que vamos amadurecendo e deixando boas lições , por gerações.


Eu fui introduzida na história de Israel por ser esposa de Malon, um israelita, que veio para Moabe com toda sua família. Quando me casei, minha sogra era viúva, mas vivíamos felizes. Até que a situação ficou deveras difícil pois agora, éramos três mulheres viúvas em casa. Eu e Orfa, jovens, voltaríamos para casa dos nossos pais e nos casaríamos novamente. Resolvido! Mas, e Noemi?! Viúva e idosa, sem um homem que cuidasse dela, e sem recursos próprios estaria na miséria. Imagine a via crucis: Viúva, velha, amargurada, sem marido, sem filhos, sem netos, com duas noras viúvas e ainda por cima Moabitas! Mas, decidimos voltar com ela para Belém. Minha sogra, buscava nosso bem. Era conscienciosa e abençoadora. Eu me compadecia dela. Ela insistia que a deixássemos. Então, Orfa voltou. Eu não! Noemi insistiu para que eu a deixasse, pois nada tinha a me oferecer, mas eu escolhi viver com ela. Eu escolhi o povo dela. Eu escolhi o Deus dela. Tinha Noemi como uma mãe. Onde ela fosse e vivesse ou morresse, era ali que eu queria viver e ser sepultada. Diante do meu voto solene continuamos a viagem e chegamos ao inóspito Belém. E sendo moabita, não poderia pertencer a comunidade de Israel até a 10ª. geração. Estava perdida! Mas, disposta a compartilhar as durezas da vida diária de mulher estrangeira e viúva na terra de Israel, para honrar minha sogra idosa, viúva e temente a Deus. A providência divina me levou a rebuscar do início ao fim da sega das cevadas, nos campos deste parente distante, Boaz. Deus o fez notar minha presença, não só por ser estrangeira, mas pela história de amor por minha sogra. Boaz reconheceu minha condição desfavorável e orou para que Deus me abençoasse e me recompensasse. E deu ordens para que eu colhesse e debulhasse juntamente com suas servas. Quanta alegria!! Diante da miséria, alcançamos misericórdia nos Campos de Boaz. E Noemi, sendo boa conselheira, me orientou de forma que pudéssemos despertar o interesse de Boaz em resolver nossa situação, sendo nosso Remidor. Mas, Boaz era velho! Será que não havia alguém mais jovem para nos remir?! No entanto, a ideia de preservar a família de Noemi, de sua extinção, me fez escolher ser obediente a minha sogra. E Boaz, adquirindo a condição de remidor, casou-se comigo. Eu que era estrangeira, recebi um nome. Fui aceita na comunidade israelita como mulher virtuosa. O Senhor me concedeu um filho e uma nova família. Noemi me ajudou na criação de Obede. E gerei os descendentes do Rei Davi e do próprio Messias. As escolhas que fiz mudaram minha vida. Saiba que para escolher necessitamos de parâmetro. E o parâmetro que usei foi escolher viver o que Noemi ensinara: Deus abençoa a todos que se mantém obedientes à Ele e entendem sua missão na terra. Eu sou sujeita a paixões, como vós. Fiz escolhas diante de Deus e deu certo. E você?

Texto de Raquel Soares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário